A Escola Superior de Advocacia (ESA-GO), da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), promoveu nesta segunda-feira (30 de maio), o I Congresso de Comunicação Jurídica da ESA-GO. Com intuito de demonstrar aos advogados e advogadas a importância da Comunicação Jurídica, o assunto foi abordado destacando a necessidade de qualificação, conhecimento de gestão, e a indispensabilidade em inovar.
A abertura dos trabalhos contou com a participação do ex-presidente da República, advogado e professor, Michel Temer, que logo fez questão de ressaltar a relevância da comunicação na área jurídica. ‘’A comunicação jurídica se fez fundamental no passado e, hoje, mais do que nunca. Por isso, é sempre importante discutir os limites e as possibilidades deste tema’’, frisou.
Temer destacou ainda o poder da palavra como um instrumento de trabalho. ‘’Diferentemente de um dentista, ou de um médico, por exemplo, que tem toda uma aparelhagem essencial para exercer a sua profissão, nós, advogados, trabalhamos com a palavra. Sendo a palavra escrita ou a palavra oral. Não temos outro instrumento. Por isso mesmo que, ao ministrar aulas, sempre dizia aos meus alunos: leiam tudo que lhe cair as mãos. Pois vocês irão trabalhar com as palavras, e precisarão ser palavras inteligíveis, simplificadas’’, relembrou.
Ao ser questionado pelo vice-presidente Executivo da ESA e condutor das atividades do evento, Carlos André, sobre a linguagem violenta, o ex-presidente da República relatou seu posicionamento de acordo com experiências e observações sobre as situações contemporâneas. ‘’De fato nós perdemos a liturgia de certos cargos, a tranquilidade de certas funções. A nossa Constituição, por exemplo, é pródiga em salientar a paz’’, disse. ‘
’No preâmbulo do texto da Constituição está determinado que os constituintes criariam um estado brasileiro pautado na pacificação tanto interna, quanto internacional. Então, quando você vai ao texto da Constituição verifica-se a determinação que você pode ter divergência de ideias, mas não pode ser violento no combate dessas ideais’’, concluiu Temer.
Ainda na abertura, o vice-presidente da ESA, Carlos André, destacou os principais pilares da instituição sobre o ensino. ‘’A OAB Goiás, por meio da ESA, tem hoje um tripé em termos educacionais. Obviamente o primeiro deles está ligado aos cursos de Direito, com a qualidade que tem o selo da ESA. Esse é um dos nossos objetivos, fazer cursos com maior profundidade, que dialoguem com a advocacia, tendo como outro pilar a gestão e a inovação, pois acreditamos que isso é uma condição de existência da advocacia moderna. E o terceiro dos pilares, a comunicação. Comunicação é poder e não há advocacia sem comunicação, sem linguagem’’, pontuou.
Durante o Congresso, o vice-presidente Executivo da ESA também ministrou diversos exercícios técnicos sobre linguagem, além de disponibilizar um material gratuito por QRCode, para que os participantes tenham acesso a um conteúdo exclusivo que auxiliará no exercício profissional advocatício.
Convidados
A secretária-geral da OAB-GO, Talita Hayasaki, celebrou a iniciativa. ‘’Parabenizo à ESA nesta noite, e espero que seja a primeira de muitas ocasiões onde iremos estudar a comunicação jurídica. Um tema tão necessário para nós, profissionais do Direito, que estamos imbuídos não só na boa fala, na boa escrita, mas também na interpretação de texto. É por isso que este Congresso é tão importante e vem para somar o nosso conhecimento profissional’’, pontuou.
Vice-presidente da Caixa de Assistência dos Advogados (Casag), Néli Carita, também se fez presente e enfatizou as ações da Escola Superior de Advocacia. ‘’Estamos aqui para enaltecer o trabalho da ESA. Após dois anos de pandemia, de isolamento social, é muito difícil reunir pessoas para interessadas no estudo, e a ESA, por sua vez, sempre esteve presente contribuindo para o crescimento e aprimoramento dos juristas de Goiás’’, comentou.
Representando o Tribunal de Justiça, o juiz auxiliar da presidência do TJGO, Aldo Sabino, participou como palestrante e se descreveu como adepto à simplicidade na comunicação jurídica, afirmando que os magistrados nunca podem economizar no tempo de leitura do processo, mas que é um dever ser simples e didático na escrita. “Escrevo pouco, porém não economizo qualidade’’, afirmou.
Também participaram do evento o conselheiro federal e ex-presidente da OAB-GO, Lúcio Flávio Siqueira de Paiva, o ouvidor-geral da OAB-GO, Victor Hugo Pelles, e os profissionais da área jurídica Eduardo Sabbag, Pasquale Cipro Neto, Cristiane Romano, Reinaldo Polito, Maria Augusta Almeida, Lúcia Vasconcelos, Leonardo Rodrigues e Rodrigo Bezerra.