A Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) vem a público manifestar apoio e solidariedade a duas mulheres que, infelizmente, foram vítimas de violência contra a mulher no fim de semana de 19 a 20 de junho: a jornalista Silvye Alves e a Deputada Adriana Accorsi.
O ex-namorado de Silvye a agrediu fisicamente com chutes e tapas, na frente de seu filho, após ter entrado sem permissão em sua casa, no dia 20 de junho.
Um homem já identificado agrediu verbal e moralmente a parlamentar estadual Adriana Accorsi, no trânsito, por meio de xingamentos e termos chulos como “vagabunda”, no dia 19 de junho, enquanto estava parada no sinaleiro, também na presença da filha, que ficou abalada.
Segundo matérias eletrônicas e mídias sociais, essas mulheres agredidas registraram ocorrência, estando o agressor de Silvye preso e o da deputada já autuado.
A CMA deliberou em sua reunião de segunda, dia 21 de junho, pedido ao presidente Lúcio Flavio Siqueira de Paiva de emissão da presente nota de apoio e solidariedade às vítimas.
Entendemos que, infelizmente, mulheres de todas as classes e condições sociais estão sujeitas à violência de gênero, na qual se inclui a violência moral e a física e que esse tipo de situação tanto pode decorrer da violência doméstica e familiar, como da misoginia, aspectos que, inclusive, são retratados nas leis brasileiras de proteção aos direitos da mulher.
A violência física ultimada contra a jornalista Silvye Alves expressa incauto sentimento de posse do agressor sobre ela, típico do machismo que causa marcas corporais e íntimas e pode ceifar a vida de tantas mulheres.
Já os termos usados pelo agressor à deputada Adriana Accorsi aludem a insinuações que denigrem a mulher em sua essência feminina, inclusive com conotação sexista, causando abalos psicológicos e emocionais.
Os autores dos fatos sequer respeitaram a presença dos filhos destas mulheres, agindo de forma repreensível.
Ambas são reconhecidas representantes femininas, com voz, trabalho e independência, uma no meio televisivo e outra no meio da política, respectivamente. Mesmo assim sofreram as atitudes inconsequentes de homens agressores, autores dos fatos.
Não há causa que justifique a violência praticada a uma mulher, seja em âmbito doméstico e familiar, seja em âmbito externo.
As posturas de registrarem os fatos são dignas de elogios por esta Comissão e devem servir de exemplo a tantas anônimas denunciarem perante as autoridades os ex-parceiros, maridos, namorados, vizinhos que violaram seus direitos humanos, principalmente a integridade física e psicológica, a paz, a tranquilidade e suas condições de mulheres.
Todo o nosso acolhimento a Silvye Alves e à deputada Adriana Accorsi! Sentimo-nos indignadas contra a covardia e a violência que, infelizmente, retratam este país dentre os piores para se ser mulher, e o próprio estado de Goiás, como um dos três mais violentos.
Esperamos a apuração desses fatos e o devido e razoável desfecho judicial. Não podemos ser tolerantes à prática de violências de qualquer tipo contra a mulher.
Comissão da Mulher Advogada