Como foi a sua trajetória profissional na advocacia até chegar aqui como conselheiro(a) seccional da OAB-GO?
Minha trajetória na advocacia foi semelhante à da maioria dos advogados e advogadas: difícil. Formei-me em 2004 pela Universidade Católica de Goiás (UCG) em uma época em que o acesso à advocacia era complicado. O mercado era restrito e muitas vezes só era acessível para aqueles que já tinham estagiado em escritórios de advocacia ou vinham de famílias de advogados. No entanto, mesmo enfrentando esses desafios, decidi tentar empreender na advocacia.
Inicialmente, juntamente com dois colegas de faculdade, tentamos abrir um escritório de advocacia em uma pequena sala no Setor Sul. O espaço era tão pequeno que tínhamos que fazer um rodízio para poder trabalhar, pois tínhamos apenas uma mesa e dois computadores. Infelizmente, as dificuldades foram muitas e acabamos desistindo da advocacia por enquanto. Os três decidimos buscar oportunidades em concursos públicos.
Entre 2006 e 2009, dediquei-me aos estudos para concursos públicos. Fui aprovado em alguns deles, como analista no TJDFT, delegado no Acre e em Goiás (neste último, fui reprovado na fase de exercícios físicos) e magistratura no TJRJ (concurso que acabou sendo anulado por fraude). Durante esse período, também atuei como assistente jurídico voluntário no gabinete do desembargador Geraldo Gonçalves. Infelizmente, uma tragédia pessoal ocorreu nessa época, com o falecimento do meu pai em dezembro de 2009 devido a um câncer. Foi a partir desse momento que decidi seguir na advocacia.
Ainda no velório do meu pai, um amigo me convidou para trabalhar em seu escritório de advocacia, recebendo por produtividade. Na época, o escritório era especializado em cobranças e as audiências eram realizadas exclusivamente no 9º Juizado Especial de Goiânia, no Jardim Guanabara. Eu me deslocava para lá todos os dias, às vezes de ônibus, às vezes em uma scooter que pertencia ao meu amigo dono do escritório.
Nessa época, adquiri meus ternos na CIA do Ternos por 199 reais, uma doação feita pela minha saudosa tia Chiquita, que sempre investiu na minha carreira e à qual serei eternamente grato. Em pouco tempo nesse escritório, começamos a obter resultados efetivos, o que levou à fusão com outro escritório maior localizado no antigo prédio comercial Parthenon Center.
Nesse novo escritório, desenvolvi um trabalho de excelência e acabei chamando a atenção de um dos sócios, tornando-me seu braço direito. No entanto, devido a divergências societárias, a sociedade foi dissolvida e passei a integrar a nova sociedade criada pelo sócio que se retirou. Ao longo de mais de 10 anos de atividade (2012 a 2022), fui associado até me tornar sócio nominal.
No início deste ano, o sócio com quem trabalhei durante todo esse período decidiu se aposentar da advocacia, o que levou à criação da minha própria sociedade de advogados. Essa é a minha fase atual na advocacia. Em 2021, meu amigo de longa data Rafael Lara (desde o 1º ano do segundo grau do Colégio Santo Agostinho em 1996) me convidou para compor a sua chapa nas eleições da OAB-GO, convite que aceitei prontamente, mesmo nunca tendo participado do sistema da OAB-GO.
Como você tem contribuído no Conselho Seccional para o impulsionamento da advocacia?
Desde que assumi como conselheiro da OAB, tenho contribuído significativamente para o impulsionamento da advocacia. Além de ter relatado um considerável número de processos nas sessões do Pleno e das Câmaras, comparecendo a todas as sessões realizadas em 2022 e até maio de 2023, também sou membro da Comissão de Sociedade de Advogados (CSA), na qual despacho cerca de 10 a 15 processos por semana.
Além disso, ocupo o cargo de presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB-GO, onde realizamos um trabalho profundo de conscientização e debate sobre questões raciais. Destaco a realização do bem-sucedido Congresso de Promoção da Igualdade Racial. Como presidente da CEPIR, represento a OAB no Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial. Também faço parte da recém-criada Comissão de Combate ao Assédio da OAB-GO.
Além disso, integro o grupo de trabalho responsável pelo estudo e análise das custas processuais no âmbito do poder judiciário estadual e um grupo de trabalho composto por membros da CSA e da Comissão de Direito Empresarial, que visa à criação do Manual das Sociedades de Advogados da OAB-GO.