– Como foi sua trajetória profissional na advocacia até chegar aqui como conselheiro(a) seccional da OAB-GO?
Iniciei a carreira na advocacia assim que finalizei a graduação em Direito no ano de 2012, à época tinha 21 anos de idade e trabalhei em escritórios que atendiam demandas cíveis e criminais no interior de Goiás.
Minha atuação teve início em Anápolis com forte presença em Rubiataba, Crixás, Corumbá, e outras cidades do norte/noroeste goiano.
Por volta de 2015, recebi uma proposta de um escritório em Goiânia no qual trabalhei até 2018, desde então passei a atender associações que atuam no combate à discriminação, além de pessoas físicas que possuem demandas na área de direito da saúde e direito antidiscriminatório.
Em 2021, presidi a Comissão de Diversidade Sexual de Gênero da OAB-GO e recebi o convite do presidente Rafael Lara para compor a chapa Compromisso com a Advocacia nas eleições daquele ano.
– Como você tem contribuído no Conselho Seccional para o impulsionamento da advocacia?
Faço parte da Comissão de Seleção e Inscrição, nela relatei 604 processos desde a posse.
Também relatei diversos processos administrativos e éticos no Conselho Seccional, dentre eles o processo que autorizou a realização de mutirão carcerário em 2022.
Junto com outros conselheiros, também articulei a criação da Ouvidoria da Inclusão nesta seccional, o que foi aprovado à unanimidade em janeiro de 2023. A ouvidoria tem como intuito atender pessoas de grupos vulnerabilizados da maneira mais acolhedora e especializada possível.
Represento a OAB-GO no Comitê Estadual de Enfrentamento à LGBTIfobia, órgão composto por diversas entidades do Poder Público e, por vezes, discute matérias relacionadas à advocacia como a criação e fortalecimento do Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes de Racismo e Delitos de Intolerância – GEACRI.
Também represento a OAB-GO no Grupo de Trabalho da Diretoria Geral de Administração Penitenciária que visa a criação de duas unidades prisionais voltadas para a população LGBTI+ no estado de Goiás.
Represento ainda a seccional no Comitê de População em Situação de Rua do Conselho Nacional de Justiça, órgão que discute a situação da população em situação de rua e também cria normativas para o Judiciário no tratamento a este grupo.
Recentemente fui nomeada pelo Conselho Federal representante da Ordem no Conselho Nacional LGBTQIA+ do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania. Nesse colegiado faço parte da Câmara Técnica de Legislação e normas
Nas reuniões colaborei com a sugestão do PPA participativo de fomento a criação e manutenção de delegacias especializadas no combate a crimes de racismo e de intolerância pelo país, sugestão que foi acolhida à unanimidade.
Também contribuí com a redação das atualizações das resoluções 11 e 12 do antigo Conselho Nacional de Combate à Discriminação.
Fui nomeada representante da Ordem no Grupo de Trabalho para esclarecer as violações de direitos humanos contra pessoas LGBTQIA+ durante a história brasileira no Ministério de Direitos Humanos e Cidadania.
Participei de seminários e congressos da OAB-GO e de outras seccionais, sempre de forma gratuita, compartilhando minha experiência com direito antidiscriminatório focado na população LGBTI+, um ramo ainda pouco explorado da advocacia.
Sempre que viajo a outras seccionais visito a OAB local para verificar se há boas práticas que podem ser trazidas para Goiás melhorando e impulsionando a advocacia local.
Assumi a presidência da Comissão Nacional de Diversidade Sexual e de Gênero do Conselho Federal da OAB e nela estou redigindo três projetos, o primeiro deles visa atualizar o regimento da Ordem para minimizar a possibilidade de constrangimento por parte de advogados LGBTI+, esse projeto é chamado Provimento da Diversidade e será apresentado ao Conselho Federal em agosto de 2023.