CDH visita famílias afetadas pela chuva

Grávida de oito meses, Natália Lima trocou a alegria da espera de sua segunda filha, pela apreensão de não ter um local adequado para receber a bebê que pode nascer a qualquer momento. Ela e sua família foram vítimas da chuva que assolou 11 bairros de Goiânia na última terça-feira (19), perdendo todos os móveis, alimentos, documentos e o enxoval da menina que espera. Para conhecer histórias como a de Natália, membros da Comissão de Direitos Humanos (CDH), da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), visitaram na tarde de sexta-feira (22), a Vila São José e a Vila Roriz, e conversaram com os moradores, lideranças comunitárias e funcionários da Prefeitura de Goiânia que estavam no local.
A intenção dos membros da CDH é fazer um relatório e encaminhá-lo às autoridades competentes, em busca de ações que auxiliem a população. “A OAB-GO, como porta-voz da sociedade civil organizada, veio conhecer de perto a situação dessas famílias para, a partir daí, fomentar a interlocução com o poder público e os desabrigados, no que tange aos direitos que lhes são conferidos, com tudo que envolve a dignidade dessas pessoas”, afirmou o advogado André Carneiro Dias.
Para a advogada Anna Raquel Gomes, que também integra a comissão, com esse diálogo e a visita foi possível perceber que a população já sofre há algum tempo com o problema estrutural durante o período das chuvas . "Ordem deverá, com sua atuação, dar voz aos problemas encontrados e que atingem milhares de famílias", pontuou.
Famílias como a da costureira Maria Helena Medeiros (60), moradora da Vila São José. A água da chuva atingiu cerca de quatro metros de sua casa, destruindo todos os pertences e matando até mesmo um animal de estimação. As seis máquinas de costura, da pequena facção de onde ela e os familiares tiram o sustento, foram danificadas e ainda não se sabe se será possível consertá-las. “Aqui perdemos tudo. O que sobrou foram só nossas vidas e dois cachorros, até meu coelho morreu. Eu era costureira mas, agora, sem minhas máquinas de costura, ainda não sei o que vou fazer”, lamentou.
Na Vila Roriz, os moradores têm contado com a solidariedade da população e comunidade local para conseguirem mantimentos para os que perderam tudo com a enchente. “Estamos fazendo mutirão aqui para ajudar nossos vizinhos que não têm mais nada. Eu ajudei a tirar as pessoas das casas na terça-feira e agora tento organizar as doações que chegam”, relata o morador Vinicius Nassom. (Texto: Maria Amélia Saad – Assessoria de Comunicação Integrada da OAB-GO)
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