Entre os 100 parlamentares mais influentes do Congresso, 22 são advogados, promotores ou ex-juiz. Os dados são do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), que há 14 anos faz um levantamento desse tipo. Na ótica do Diap, os 100 selecionados são os operadores-chave do processo legislativo brasileiro. Chamada de Cabeças do Congresso, a pesquisa mostra que no primeiro time do parlamento, 19 são advogados, dois são promotores de justiça e um é ex-juiz (Flávio Dino do PCdoB do Maranhão). O levantamento será oficialmente lançado em agosto.
Segundo o estudo O que esperar do novo Congresso (do próprio Diap e do site Congresso em Foco), dos 618 parlamentares eleitos para a legislatura 2007/20011, 81 são operadores do Direito. Os números demonstram que a comunidade jurídica representa 13% do parlamento, mas, na elite, o índice sobe para 22%. Entre os 100 mais influentes, 73 são deputados e 27 senadores. Proporcionalmente, o Senado tem maior participação na lista. A representação dos senadores na composição do Congresso é de 13,64%. Mas na elite a participação dos senadores é de 27%.
Os dois partidos com maior número de parlamentares na lista são o PT (25), ao qual é filiado o presidente Lula, e o PMDB (17), que tem a maior bancada na Câmara dos Deputados e no Senado. O PSDB, segundo maior partido da oposição, está empatado em terceiro lugar no ranking com o PMDB. O PSB tem com sete no grupo, o PTB e o PCdoB, quatro. O PR e o PP tem três e dois cada. Os partidos da base de sustentação do governo (PT, PMDB, PP, PTB, PR, PCdoB e PSB) reúnem 62% da elite.
O Diap classificou os parlamentares em cinco categorias, de acordo com as habilidades, dando destaque à característica principal de cada operador do processo legislativo. As categorias são: a) debatedores; b) articuladores/organizadores; c) formuladores; d) negociadores; e) formadores de opinião. As classificações não são excludentes.
Em apenas cinco meses de atuação nesta legislatura, uma bancada se destacou: a dos novatos. Dos cabeças, 23 estão no primeiro mandato. É um número inédito, já que a experiência era o principal critério para ser escolhido integrante da elite parlamentar. Destes, 16 são senadores e sete deputados. A maior parte dos calouros influentes está no Senado com 16. Em geral, os senadores são políticos com experiência no Executivo federal e estadual, nas assembléias legislativas, no Judiciário e na iniciativa privada.
Entre os oito novatos com maior influência, quatro são deputados governistas – Ciro Gomes (PSB-CE), Cândido Vaccarezza (PT-SP), Flávio Dino, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e um quinto é senador da base aliada, apesar de ter atuação independente – Renato Casagrande (PSB-ES).
Dos três oposicionistas integrantes dessa lista de oito nomes, dois estão no Senado – Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Kátia Abreu (DEM-TO) e um na Câmara Paulo Renato de Souza (PSDB-SP). “As várias crises políticas que atingiram o Legislativo provocaram uma renovação também na elite do Congresso”, analisa o diretor técnico do Diap, Antônio Augusto de Queiroz.
Bancada da comunidade jurídica:
Senado
Jefferson Peres (PDT-AM)
Demóstenes Torres (DEM-GO) promotor de Justiça
Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE)
Marco Maciel (DEM-PE)
Pedro Simon (PMDB-RS)
Câmara
Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA)
Jutahy Júnior (PSDB-BA)
Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA)
Ciro Gomes (PSB-CE)
Gustavo Fruet (PSDB-PA)
Osmar Serraglio PMDB
Flávio Dino (PCdoB-MA) ex-juiz federal
Maurício Rands (PT-PE)
Roberto Magalhães (DEM-PE)
Beto Albuquerque (PSB-RS)
Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS)
Paulo Bornhausen (DEM-SC)
José Eduardo Cardozo PT
Regis de Oliveira (PSC-SP)
Michel Temer (PMDB-SP)
Márcio França (PSB-SP)
Carlos Sampaio (PSDB-SP) promotor de justiça
Fonte:Consultor Jurídico
18/07 16h25