Artigo: Remuneração justa dignifica a Justiça

29/09/2008 Antiga, Notícias

 


O artigo “Remuneração justa dignifica a Justiça”, de autoria do vice-presidente da OAB-GO, Henrique Tibúrcio Peña, foi publicado na edição deste domingo (28) do jornal Diário da Manhã.


 


         “Campanha lançada no último dia 11 de agosto pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de Goiás pretende alterar a visão do Poder Judiciário acerca da relevância dos honorários de sucumbência para a advocacia. Trata-se de uma iniciativa que, ao tempo que pretende sensibilizar a magistratura sobre a sua responsabilidade para com a dignidade da profissão, quer dar enfoque à realidade enfrentada pela categoria no exercício profissional.


         A fixação de valores justos para os honorários de sucumbência está entre as prerrogativas do advogado, conforme prevê o Código de Processo Civil e o Estatuto da Advocacia e da OAB – Lei Federal 8.906/94 – que precisam ser reconhecidos pelo Judiciário. Entretanto, a realidade atual contradiz as normas que estipulam a verba e o que tem se visto é o arbitramento de valores aviltantes, não condizentes com o relevante e penoso trabalho desempenhado pela advocacia. Por isso, a OAB-GO também discutirá e apoiará projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional com o objetivo de estabelecer critérios mais rígidos para a devida fixação da verba.


         Para grande parte dos advogados, os honorários de sucumbência são a única verba com a qual contam para a manutenção dos escritórios e para a subsistência da própria família, o que fundamenta o seu caráter alimentar. Além disso, muitas vezes, para conseguir atender ao jurisdicionado de baixa renda, o profissional tem na sucumbência a única fonte de remuneração. Portanto, a campanha por honorários de sucumbência justos, idealizada pela OAB-GO, beneficia também grande parte do jurisdicionado goiano, e uma das finalidades da entidade é exatamente garantir o pleno acesso do cidadão à Justiça.


         Mas esta campanha não diz respeito só aos advogados. É certo que muitas pessoas se utilizam do Judiciário para, injustificadamente, retardar o cumprimento de uma obrigação. A fixação dos honorários sucumbenciais em patamares irrisórios somente premia essa atitude nefasta. Honorários de sucumbência mais justos desestimularão tal prática, contribuindo para diminuir a quantidade de ações temerárias ou injustificadas que chegam à Justiça. 


         Ademais, quando se fixam honorários em valores ínfimos, na prática é o mesmo que fixar valor nenhum, já que os advogados acabam por desistir de cobrá-los. Promover a sua execução implica em gastar tempo e dinheiro para um recebimento incerto e pouco significativo.


         Como se vê essa é uma causa que interessa a todos. Reconhecer a importância do trabalho do advogado, atribuindo-lhe valores condizentes com a importância e dignidade da profissão é, antes de tudo, uma questão de Justiça, além da não onerar os cofres públicos, nem o Poder Judiciário.”


 


29/9 – 10h

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