O artigo “Querem calar a democracia”, de autoria do presidente da OAB-GO, Henrique Tibúrcio, foi publicado na edição desta quinta-feira (18) do jornal Diário da Manhã. Confira:
A execução da juíza Patrícia Acioli, da 4ª Vara Criminal do Tribunal do Júri de São Gonçalo, deixou estarrecida toda a sociedade brasileira. O assassinato da juíza não é um crime comum – o que já seria motivo suficiente de pesar e repúdio –, mas um atentado claro contra a democracia, o poder judiciário e demais entes, como Ministério Público e advocacia, que formam o tripé da justiça brasileira.
A execução fria e calculada da juíza, que foi atingida com 21 tiros, é um recado do crime organizado contra toda a sociedade. Na contramão, Patrícia foi covardemente silenciada por criminosos que têm como tática a guerrilha da violência e do medo.
O Brasil e as autoridades competentes não só têm o dever de esclarecer o assassinato de Patrícia Acioli com urgência, como punir com rigor os envolvidos nesse crime, que, como todas as ações desta natureza, é execrável. É fundamental colocar um ponto final na crença de que matando autoridades o caminho estará livre para a bandidagem.
Por isso, é imprescindível uma dura resposta no caso do assassinato de Patrícia Acioli. Só assim todos os envolvidos no sistema judiciário como um todo se sentirão protegidos e aptos a colocar a lei em primeiro lugar. Juízes, promotores, policiais, delegados e autoridades em geral não podem se curvar ao medo e precisam desempenhar suas funções para o perfeito andamento do Estado e da sociedade.
O assassinato da juíza fluminense reacende o debate em torno da discussão da violência que pretende silenciar a cidadania. Cabe ao Estado Brasileiro mostrar sua verdadeira função institucional para que os brasileiros não virem reféns da criminalidade e da violência e o Brasil não se transforme em uma terra de ninguém.