O grande número de faculdades de Direito deve ser motivo de preocupação para as autoridades. A afirmação é da professora Giselda Hironaka, consultora de cursos jurídicos e autora de diversas obras, que participou hoje (19) da instauração do Fórum Permanente de Discussão sobre Qualidade de Ensino Jurídico Segundo dados levantados pela professora, há hoje no Brasil 1.077 cursos de Direito, 230 deles no Estado de São Paulo, sendo 75 só na capital. Países com as mesmas dimensões sociais do Brasil tem menos cursos jurídicos, afirmou. Se compararmos o Brasil com os Estados Unidos, por exemplo, verificamos que os norte-americanos dispõem de menos de 200 cursos de Direito, disse ao complementar que o grande número de faculdades resulta em uma decadência qualitativa. Para Giselda, a Universidade não está cumprindo seu papel social ao formar de forma deficitária seus bacharéis. A qualificação profissional deveria ser só conseqüência da qualificação acadêmica, destacou ao falar também sobre o Exame de Ordem. A seriedade do exame é essencial para que só os bacharéis preparados cheguem ao mercado de trabalho. A professora ressaltou que deveria ser finalidade das instituições superiores a extinção dos cursos de Direito que apresentam deficiências. É importante exigir excelência universitária sem, no entanto, prejudicar o acesso do aluno ao curso superior porque este é um direito do cidadão, o direito à educação. A consultora concluiu afirmando que a intenção da OAB deve ser a mais nobre: o trabalho a favor da boa formação profissional. 19/11 17h20