OAB quer demissão de responsáveis por “inferno aéreo” no País

18/07/2007 Antiga, Notícias

         


          O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, foi taxativo ao afirmar hoje (18) que a crise que envolve o setor aéreo brasileiro, que se transformou em um verdadeiro “inferno aéreo”, é de má gestão e pediu o afastamento de todos os responsáveis pela falta de seriedade com que essas autoridades vêm lidando com o problema. “Esse acidente de ontem, esse crime que se comete contra o brasileiro é extremamente grave, pois essa era uma tragédia anunciada”, afirmou Britto, referindo-se ao acidente envolvendo o vôo 3054 da TAM, que explodiu ao tentar pousar nesta terça-feira no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. “Se a crise é de gestão, temos que afastar todos os responsáveis. Não podemos mais trazer essa insegurança para as pessoas que utilizam o transporte aéreo brasileiro, que ficam sempre na incerteza de se vão ou não chegar a seu destino”.

          Cezar Britto afirmou que há muito tempo se tem alardeado de que a crise aérea é de má gestão e não ligada a controladores aéreos ou a pistas mal estruturadas. Segundo ele, todos os dias se inventava uma desculpa diferente para o caso: em um momento eram problemas com o Cindacta I, em outro era uma pane em um aparelho ou greve de controladores aéreos. “Mas o pano de fundo para tudo isso é, de fato, o completo descaso, a má vontade e a incompetência para resolver esse grave problema que atinge a sociedade brasileira e que não consegue mais ‘relaxar’ com essas questões”.

          Outra medida a ser tomada, conforme defendeu o presidente nacional da OAB, é exigir dos parlamentares da CPI do Apagão Aéreo que apontem os casos de má gestão e exijam punições civil e criminal para os envolvidos. “É preciso também que aprofundem as investigações nos casos de corrupção e de ganância, se for o caso, de companhias aéreas que estão operando acima de sua capacidade”.

          Ainda segundo Britto, a revista Carta Capital dessa semana traz a grave denúncia de que a Infraero teria se preocupado muito mais com o embelezamento dos aeroportos brasileiros, para conquistar a simpatia dos que utilizam o transporte aéreo, do que com sua segurança. “Os investimentos foram de milhões no que se refere ao embelezamento e quase nada em relação à segurança, o que é um contra senso”, afirmou o presidente nacional da OAB, acrescentando que talvez não exista na história da aviação de nenhum país a ocorrência de dois acidentes tão graves como esses – o da noite de ontem, da TAM, e o choque entre o avião da Gol e o jato Legacy, em 29 de setembro do ano passado – em um espaço de apenas oito meses.


 


 


Fonte: Conselho Federal da OAB


 


 


18/7 – 14h28

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