O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, disse hoje a dirigentes dos partidos de oposição ao governo Lula (PSDB, PFL e PPS) que o procuraram para pedir que a OAB ajude nas investigações do escândalo do dossiê, que a entidade não poderá participar diretamente dessa tarefa. A OAB não é polícia da polícia; a entidade vem acompanhando as investigações, mas como instituição civil, estamos em alerta para o que está acontecendo, mas entendemos que cabe ao Ministério Público, principalmente, como órgão de corregedoria da Polícia Federal, fazer esse tipo de acompanhamento mais efetivo, sustentou o presidente nacional da OAB.
Busato afirmou que o momento atual tem sido de muita confusão sobre o papel das instituições públicas. Discute-se se elas estão trabalhando com fins político-partidários ou não, observou. A própria Polícia Federal questionava ontem a Aeronáutica, que estaria demorando demais e sendo pouco transparente na investigação das causas do acidente do avião da Gol. Agora, a oposição desconfia do andamento do caso do dossiê na Polícia Federal.
Para o presidente nacional da OAB, essa confusão é propiciada, sobretudo, pelo instituto da reeleição para a Presidência da República. Acho que esse instituto é que propicia essa confusão na mente de todos, que questionam, até onde as instituições estão ao largo da disputa política ou não, salientou Busato.
Da audiência com Busato, no gabinete da Presidência do Conselho Federal da OAB, estão participando neste momento os presidentes do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE); do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), e do PPS, deputado Roberto Freire (PE).
18/10 17h30