No Dia Internacional da Mulher, OAB-GO lamenta e condena turismo sexual

07/03/2022 Institucional, Notícias

No Dia Internacional da Mulher, lembrado nesta terça-feira (8/3), um assunto se tornou uma importante pauta para debate. Os áudios gravados pelo deputado estadual paulista Arthur do Val (Podemos), na última semana, com declarações misóginas e sexistas a respeito de mulheres ucranianas, chocaram a sociedade. Afinal, há espaço para este tipo de atitude nos dias de hoje?

Para a presidente da Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), Fabíola Ariadne, as falas do deputado Arthur do Val não têm mais espaço em nossa sociedade e devem ser sempre repudiadas. “Não podemos mais admitir que a situação de vulnerabilidade das mulheres seja usada como matriz para a exploração sexual”, afirma.

O assunto será tema em alusão ao Dia Internacional da Mulher, realizado pela OAB-GO nesta terça-feira (8), na qual serão debatidas pautas como luta por direitos, igualdade e equidade, às 19 horas, no Auditório Eli Alves Forte, da seccional goiana.

Fabíola adianta que a fala do deputado é a prova de como o turismo sexual feminino está relacionado, na maioria das vezes, a fatores como pobreza e desemprego. “No caso específico, no qual foi abordado a situação das mulheres ucranianas, está relacionado também à guerra, onde mulheres são estupradas e exploradas como moeda de sobrevivência”.

O turismo sexual não é um assunto recente. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), essa atividade está cada vez mais presente no mundo globalizado, o que envolve um imenso mercado lucrativo e de exploração humana, não só de mulheres, mas também de crianças e adolescentes, especialmente meninas.

Além do lucro, aspectos como a impunidade e a aceitação social também fomentam a atividade, sobretudo a exploração sexual, que é a razão mais frequente para o tráfico de pessoas, já que no Brasil, segundo a Childhood Pela Proteção da Infância, acontecem mais de 500 mil casos anualmente. “São dados alarmantes e refletem uma realidade de pouca discussão e impunidade. Afinal, os perpetradores tendem a escolher países com legislações e controles fracos”, completa a presidente.

Histórico
Em 2019, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmou que “quem quiser vir ao Brasil fazer sexo com uma mulher, fique à vontade”. Na época, em repúdio, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) produziu uma série de cartilhas de divulgação para uma campanha contra o turismo sexual, contemplando todas as seccionais da entidade pelo país. A seccional goiana da OAB, por meio da Comissão da Mulher Advogada (CMA) e da Comissão de Direitos Humanos (CDH), também lamentou em nota de repúdio.

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