O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás – OAB, Miguel Cançado, 46, advogado há 20 anos na área cível e família, em entrevista ao DMTV e DM Online diz que é preciso fazer uma reforma política para varrer os episódios da corrupção no Brasil. “É lamentável pois tivemos uma das legislaturas mais manchadas da história de nosso País. Esperamos uma reforma política para que possamos rediscutir sobre o financiamento das campanhas”, observa.
Cançado diz que a OAB e mais 16 instituições implantaram o disque-denúncia para um trabalho de conscientização das pessoas e que o mesmo tem sido muito positivo. Afirma que a nova mudança do sistema eleitoral tem pontos válidos, mas que tirou o contato do eleitor com o candidato e tornou a relação fria, só de tchauzinho. Afirma que para se mudar as leis é preciso ter o envolvimento da sociedade. “A lei não muda a sociedade, mas a sociedade muda a lei. Creio que o Brasil vai passar por um processo de maturação política”, lembra.
Indignado e perplexo diante da onda de denúncias de corrupção Miguel Cançado lembra que não se pode generalizar e que é preciso punir com rigor os corruptos. “Não podemos achar que essa mancha atinge a todos os políticos. Apesar dos fatos acredito que esse Brasil tem jeito”, coloca.
Questionado se não teria sido melhor adiar as eleições deste ano Miguel foi tachativo: “Isso seria um golpe. As regras constitucionais precisam ser preservadas para o crescimento da democracia”, esclarece. Miguel comentou que a constituição parece uma colcha de retalhos com 50 emendas, mas lembra que a da reforma do judiciário é um avanço. Um desafio para os futuros dirigentes na opinião de Cançado é romper com o assistencialismo e fazer com que a sociedade tenha os seus direitos fundamentais sem o assistencialismo. “O Estado brasileiro corre o risco de um colapso com o assistencialismo, mas é preciso dar educação, saúde, emprego e lazer”, coloca. O presidente da OAB fala que ao longo dos anos os dirigentes vão sentir essa forma de governar. “Até quando vamos sustentar isso?.”, questiona.
Miguel Cançado assumiu a OAB em janeiro de 2004. Perplexo diante do quadro de corrupção Miguel Cançado diz que é preciso repensar a condução da vida pública no País.
(Entrevista concedida na redação do DM neste domingo, 1º de outubro )