O baixo índice de aprovação no Exame de Ordem é reflexo não só da formação universitária mas também do ensino fundamental. A idéia foi defendida hoje pelo presidente da Comissão de Exame de Ordem da OAB Nacional, professor Ronald Cardoso Alexandrino. Ele está participando do IX Seminário Nacional de Ensino Jurídico, que começou domingo na sede administrativa da seccional goiana. O evento termina hoje. Ronald presidiu o painel que abordou a formação universitária, o exercício profissional e expectativas de mercado.
O presidente lembra que há pouco mais de 10 anos havia aproximadamente 200 cursos de Direito em todo o País. Hoje são mais de mil, a maioria sem condições de funcionar. E este é um número que cresce a cada semana, diz. Ronald acredita que, desde 1994, quando o exame passou a ser obrigatório para a obtenção do registro profissional, a qualidade de ensino no País se agravou ainda mais.
O processo seletivo para o ingresso na faculdade, o vestibular, tem sido feito de forma inadequada, pois o objetivo é preencher vagas, principalmente as das faculdades “de fundo de quintal”. Prova disto é que nas estatísticas do Exame de Ordem, os melhores índices de aprovação estão naquelas faculdades estruturadas, conceituadas, enquanto nas outras, com caráter apenas comercial, os índices não chegam a 1%, explica. Mas todo este processo começa no ensino fundamental, com a baixa qualidade de algumas escolas.
Além disto, os alunos estão desassistidos quanto ao corpo docente, afirma o professor. Segundo Alexandrino, assim como há centenas de cursos de graduação, há cursos de pós-graduação que, nem sempre, oferecem a devida qualidade do ensino. Da mesma forma que se criam cursos de graduação, criam-se de pós-graduação. Há pessoas com nível de mestrado e doutorado que são desqualificadas, ou seja, ter o título não quer dizer que o indivíduo está bem preparado para lecionar.
05/12 11h40
