Brasília, 18/10 – O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, afirmou nesta quarta-feira, 18, que o clima para o segundo turno das eleições não é bom. Não é bom e parte dos dois lados. Acredito que os dois candidatos tenham um discurso basicamente igual nesse campo e isso nos preocupa, fundamentalmente. Acredito que isso seja matéria da argüição ao candidato Geraldo Alckmin, hoje afirmou Busato, ao conceder entrevista a jornalistas sobre as expectativas para o debate com o candidato pelo PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, realizado na manhã desta quarta-feira, na sede do Conselho Federal da OAB, em Brasília.
Busato defendeu que haja a preocupação de não se colocar em risco as instituições democráticas por parte das duas campanhas, como vem acontecendo devido a denúncias partindo de ambos os lados. Ele acredita que uma divisão, uma separação entre os brasileiros seria o ponto mais explosivo neste momento. Não podemos partir para uma divisão do país, isso nunca ocorreu neste país, afirmou, durante a entrevista coletiva. Eu me lembro do espírito em que o Brasil estava quando das últimas eleições para presidente da República. Era um clima de muita disputa, mas um clima absolutamente saudável. Agora, nós vemos esse clima de divisão que, absolutamente, não faz parte do contexto histórico do povo brasileiro.
Busato afirmou, ainda, que os motivos para não participar do debate apresentados pelo candidato à reeleição, o presidente Luís Inácio Lula da Silva, foram contraditórios. O coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, encaminhou correspondência à OAB nessa terça-feira lamentando que a oportunidade de debate não tenha sido propiciada durante o primeiro turno das eleições.
O presidente Lula não participou dos debates no primeiro turno e disse que a hora dos debates era no segundo turno. E eu o convidei exatamente no primeiro momento da segunda-feira, um dia após o primeiro turno das eleições. Acho que os motivos ficaram um tanto contraditórios, afirmou Busato. O presidente nacional da OAB não acredita que o presidente Lula tenha se recusado a participar do debate porque a entidade discutiu, em maio último, a possibilidade de apoio a um pedido de impeachment contra Lula. A Ordem se portou naquele episódio com toda a dignidade e cumpriu o seu dever histórico. Portanto, não teria razão nenhuma de Lula não vir por este motivo. (Conselho Federal)
