Comissão de Direitos Humanos inspeciona presídio de Iporá

04/10/2007 Antiga, Notícias

 


Cumprindo uma de suas atribuições, a de evitar que os direitos humanos sejam desrespeitados, e com o objetivo de constatar possíveis violações dos mesmos, um grupo de integrantes da Comissão de Direitos Humanos, Acesso à Justiça e Direitos Sociais da OAB-GO realizou na última sexta-feira, 28 de setembro, uma vistoria no Centro de Inserção Social de Iporá. Participaram da inspeção o presidente da Comissão, Paulo Gonçalves, e os advogados Alexandre Prudente, Álvaro Luiz Rodrigues Dias e Ana Paula de Guadalupe Rocha.


Acompanharam também a visita o presidente da Subseção de Iporá, Marcus Antônio Rodrigues Dias, e Rodrigo de Castro Alves, delegado da Caixa de Assistência dos Advogados de Goiás (Casag) e presidente da Comissão da Advocacia Jovem da Subseção. A vistoria foi ocasionada por denúncias de agressões contra detentos, protocolada na sede da OAB-GO.


No presídio de Iporá 58 pessoas cumprem pena, sendo 57 homens e 1 mulher. Dentre eles 16 são permanentes, 20 provisórios, 16 cumprem pena no regime aberto, 3 no semi-aberto e 3 menores de idade.


Inspeção


A Comissão constatou algumas deficiências na estrutura física, entre elas infiltrações, circulação de ar deficiente, precariedade nas instalações elétricas e hidráulicas, e superlotação em algumas celas. Além disso, não há acomodação para todos os detentos que cumprem pena nos regimes aberto e semi-aberto. A maioria deles passa a noite em colchões estendidos na garagem da unidade.


Outro fator preocupante é que em cada cela existe um mergulhão, utensílio elétrico usado para o aquecimento de água, para que os próprios reeducandos façam o seu café. “É muito arriscado ter esse objeto dentro das celas, é perigoso para a própria segurança dos reeducandos”, salientou a advogada Ana Paula de Guadalupe. Foi constatada ainda a ausência de assistência judiciária para os reeducandos, sendo que, alguns deles, já cumpriram a pena.


A alimentação dos reeducandos foi considerada boa. “A prefeitura fornece três refeições diárias, café da manhã, almoço e jantar. Os detidos ainda contam com alimentação trazida, às sextas-feiras, pelos visitantes”, informou Éder Coelho Tavares, diretor regional da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), que acompanhou a inspeção.


Quanto à denúncia de agressão, que originou a vistoria, consta no depoimento do agredido à Comissão, que a violência partiu dos próprios companheiros de cela. Na tentativa de extorsão, os presos ameaçaram a vítima, que não cedeu às ameaças. “De fato, foi constatada a agressão denunciada e também algumas irregularidades. Sendo assim, depois do processo ser relatado, as providências que competem à Comissão de Direitos Humanos serão adotadas”, informou Paulo Gonçalves.


 


4/10 – 13h30

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