Abertura de novos cursos preocupa OAB-G0

29/01/2007 Antiga, Notícias

 


O presidente da OAB-GO, Miguel Ângelo Cançado, recebeu com preocupação a notícia da abertura de mais dois cursos de Direito em Goiânia, nas faculdades Cambury e Lions. O MEC concedeu as autorizações apesar de o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ter apresentado pareceres contrários à abertura dos  cursos. Um terceiro também foi aberto em São Paulo.  Para o presidente da seccional, as autorizações vêm em um momento preocupante. No dia 15 deste mês, o Conselho Federal divulgou a lista dos 87 cursos recomendados pela OAB. Dos 30 cursos existentes em Goiás, segundo dados do MEC, apenas as faculdades da UFG e UCG receberam o selo de qualidade da Instituição.


 “É um momento para se verificar o que pode ser melhorado no ensino jurídico do País e não para abrir novas salas de aula”, diz o presidente. “Ao invés de dar estas autorizações, o MEC deveria discutir com as faculdades a estrutura curricular, os conteúdos essenciais e a infra-estrutura necessária naquelas já existentes”.  Miguel lembra que não basta quantidade de cursos, é preciso ter qualidade.Para a OAB-GO, o mau ensino de Direito se reflete não só no Exame de Ordem. “É só prestar atenção nos concursos públicos: centenas de candidatos se habilitam e poucos bacharéis em Direito são aprovados”, explica o presidente.


O próximo presidente da Comissão de Ensino Jurídico da OAB-GO, o conselheiro seccional Flávio Buonaduce Borges, também comentou o assunto. “A preocupação da seccional goiana é com esse excesso de cursos funcionando no Estado, sendo que a qualidade do ensino em muitos deles é questionável. O MEC deveria se preocupar em melhorar a grade curricular e o corpo docente, com especializações, mestrados, doutorados, em vez de buscar um maior número de vagas no ensino superior”.  Flávio Buonaduce ressaltou ainda que o MEC deve melhorar o critério de avaliação dos cursos já existentes. “As portas do ensino superior devem se abrir para todos, mas é preciso pensar, primeiramente, na qualidade do profissional que vai para o mercado. Essa é a prioridade da OAB”.


Durante a gestão de Roberto Busato na Presidência nacional da Ordem dos Advogados do Brasil – que teve inicio a 1° de fevereiro de 2004 e termina no próximo dia 31 -, o Ministério da Educação (MEC) aprovou autorizações para funcionamento de 180 cursos de Direito no país. Desse total, a OAB foi favorável a apenas 13 desses cursos, o que significa que emitiu parecer pela autorização de somente 7,22% do total dos que foram autorizados pelo MEC.


 


29/01 – 17h15


 

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