O webinar “Discutindo Violências e Não Mimimi”, realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), por meio das Comissões da Mulher Advogada (CMA) e Especial de Valorização da Mulher (CEVM), na última terça-feira (30 de março), foi acompanhado por 471 participantes e alcançou pico de 83 participantes simultâneos. O evento online promoveu amplo debate sobre diversas formas de violência a que as mulheres são suscetíveis e encerrou as atividades do Mês da Mulher na OAB-GO.
O debate está disponível no canal no Youtube da Escola Superior de Advocacia (ESA-GO). Clique aqui para assistir.
A palestra magna de abertura “A mulher e sua imprescindibilidade na Democracia Brasileira” foi proferida pela deputada estadual Delegada Adriana Accorsi (PT). “A conquista dos direitos que temos hoje foi resultado de muita luta. Precisamos fortalecer as estruturas que existam para combater a violência, e precisamos transformar a cultura machista que é motivo de toda a desigualdade e violência, enquanto ela existir, não teremos Estado Democrático e as mulheres não terão seus direitos efetivados.”
Ao longo da noite, estiveram em pauta diferentes tipos de violência perpetrados contra a mulher em diversos âmbitos da sociedade: violência política, psicológica, institucional, física, patrimonial, moral, obstétrica, racial e sexual.
Palestraram no evento a fisioterapeuta e ex-vereadora Drª Cristina Lopes; a Defensora Pública de Goiás Tatiana Bronzato; a Procuradora de Justiça/GO e Conselheira do CNJ Ivana Farina; a Secretária Municipal de Políticas para as Mulheres de Goiânia Tatiana Lemos; a presidente da Comissão de Diversidade Sexual da OAB-GO Taísa Steter; a Advogada Criminalista Livia Arcângelo; a advogada Valéria Eunice; a vice-presidente da OAB MULHER RIO Flávia Ribeiro; e a médica e sexóloga Sandra Scalco
Conscientização
Ariana Garcia, presidente da CMA e conselheira seccional da OAB-GO, destacou que o webinar buscou promover uma discussão geral e multidisciplinar sobre os tipos de violência mais enfrentados e vividos pela mulher. “Como operadores do direito ou como cidadãos, não temos o direito de eleger quais são as vulnerabilidades que devem ou não chamar a atenção do Direito ou da sociedade para serem coibidas, porque a dor é de cada um.”
Ela reforçou que a “cultura do desmerecimento” do que vulnerabiliza as mulheres gera entraves para o combate às violências e comodismo diante “a dor e a indignidade alheia”. “A campanha de março da OAB-GO pontuou que ‘mimimi’ tem que ser apenas notas musicais, jamais julgamentos, e de preferência que essas notas despertem o coro entre todos nós, homens e mulheres, para amparar mulheres vulneráveis, reconhecer-lhes seus direitos e fazê-los válidos”, declarou.
A secretária-geral adjunta da OAB-GO, Delzira Menezes, ressaltou que o tema do evento é “certeiro”, em razão de o Brasil registrar elevados índices de violência física contra as mulheres e feminicídios. “São dados lamentáveis, nos entristecem mas nos mostra a importância de eventos como esse, que promove o debate, mostra a realidade, conscientiza e busca alternativas para o combate da violência contra a mulher”, disse.
