Diante mais de 2 mil advogados e estudantes de Direito, o advogado e escritor Martiniano J. Silva lançou nesta quinta-feira a 3ª edição do livro “Advocacia Engenho e Arte” – obra considerada um clássico da literatura jurídica goiana -, durante a II Conferência Estadual da Advocacia, que acontece no Centro de Cultura e Convenções de Goiânia.
O lançamento da obra, que tece reflexão sobre o ofício da advocacia, elevada a profissão ao patamar de missão, contou com apresentação do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), Lúcio Flávio de Paiva, e do desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), Itaney Francisco Campos.
Em seu discurso, Martiniano lembrou o histórico da obra, sua importância e seu objetivo de promover a reflexão da advocacia. “Sublinhamos o caráter humanístico da atividade advocatícia, sem a qual não se desenvolve a ciência do direito, imprescindível à justa e decente convivência dos povos”, disse Martiniano, de 80 anos, que atua como advogado em Mineiros, no Sudoeste Goiano, há mais de 40 anos.
O presidente da entidade, Lúcio Flávio de Paiva, destacou que a OAB prolonga o legado deste livro ímpar como forma de garantir o acesso ao conhecimento de suma importância. “A obra externa um respeitoso amor pelo ofício advocatício e desfila valorosas lições quer a iniciantes, quer a iniciados nessa milenar profissão. Achamos justos promover este relançamento aqui”, destaca.
O relançamento conta com patrocínio da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), por meio da Escola Superior de Advocacia (ESA). Mais de 300 obras foram autografadas pelo advogados, ao fim do lançamento.
O desembargador e membro da Academia Goiana de Letras, Itaney Francisco Campos, afirmou que a obra aponta as distorções existentes na advocacia e busca compreender a sua importância no cenário de um mundo globalizado. “Das reflexões do autor infere-se que só se conceitua como verdadeiro advogado aquele que, no exercício da postulação, transcende o conhecimento da lei, para compreender e assumir a sua função social de agente politico, responsável pela construção de uma sociedade justa, democrática e igualitária”, diz.
Histórico
Apesar da publicação da 2ª edição ter ocorrido em 1999, com 4 mil volumes, a história da obra vem deste a década de 1970. Em 1975, Martiniano escreveu um artigo intitulado “Quando a Advocacia me Aborrece, a Literatura me Consola”, no Jornal O Popular. “O artigo pode ser considerado a gênese da obra,”, explica o autor.
O presidente da OAB-GO à época, Jorge Jungmann, impressionado com o conteúdo do texto, o encaminhou para apreciação do Conselho Seccional, pedindo o voto de louvor. O pedido foi acatado por unanimidade. O artigo passou a ser adotado pelas faculdades de Direito de Goiás como base para a disciplina de Deontologia Jurídica (Ética).
Um ano depois, foi publicado no “Livro Poesias e Contos Bacharéis II”, compilação de artigos dos escritores da turma de 1966, de bacharéis em Direito da PUC-GO, colegas de Martiniano. A contribuição de Martiniano foi justamente do seu artigo. Com o passar dos anos, ele decidiu ampliar a discussão.
Em 1999, revisto, ampliado e atualizado, o livro foi publicado em 2ª edição, com o título “Advocacia, Engenho e Arte”, prefaciado por Marcello Lavenère Machado, ex-presidente do Conselho Federal da OAB e já com um voto de louvor unânime recebido do Conselho Federal que, por sinal, homenageando o autor, adquiriu mil “exemplares”, ali lançados e autografados para os Conselheiros Federais numa solenidade inesquecível.