Para o presidente da OAB-GO, Henrique Tibúrcio, os recorrentes casos de homicídios de moradores de rua em Goiânia – 27 foram assassinados em 8 meses – são inaceitáveis e ferem a Constituição Federal. “É obrigação do Estado promover a segurança do cidadão. Essas pessoas estão vulneráveis nas ruas, sem abrigo e sem proteção, a mercê de uma violência, aparentemente, cruel e gratuita”, afirmou o presidente.
No último episódio da série de assassinatos, dois moradores de rua, sendo um deles uma criança de aproximadamente 11 anos, foram mortos a pauladas na madrugada de sábado
(6), no Setor Rodoviário, em Goiânia. “Agora até crianças são alvos desses criminosos, é inadmissível”, enfatizou Henrique Tibúrcio.
Os homicídios estão sendo investigados por coordenadores da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que estiveram na capital no último fim de semana. Em entrevista à imprensa, o secretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Gabriel Rocha, afirmou haver “política de extermínio seletivo” na Grande Goiânia.
O presidente da Seccional afirma que, apesar da constante cobrança pela elucidação imediata dos crimes, por meio da Comissão de Direitos Humanos da OAB-GO, as investigações ocorrem a passos lentos. “Não podemos admitir esse descaso, como se as mortes de pessoas de situação de rua não fossem um grave problema de segurança pública, um alarmante indício do crescimento da violência na cidade. Esse é um problema de toda a sociedade”, destacou.
Segundo relatório da presidente da Comissão de Direitos Humanos, Mônica Araújo, que acompanha de perto todas as reuniões promovidas para discutir o caso, não houve avanço nas investigações. “Ainda não podemos afirmar se são ações de um grupo de extermínio, mas também não podemos descartar tal hipótese”, afirma.
Henrique Tibúrcio afirma que, além da grave questão dos homicídios, a situação expõe outro grave problema: “faltam políticas públicas de reinserção social, que possibilitem que essas pessoas recebam tratamento médico, quando necessário, e tenham oportunidade de trabalho e de educação”.
Fonte: Assessoria de Comunicação Integrada da OAB-GO